sexta-feira, 12 de junho de 2009

Este blog foi criado com o intuito de se fazer uma análise sobre o Orfanato de Amsterdã, de Aldo Van Eyck, e o Kiasma Museum of Contemporary Art, de Steve Holl, e para esse propósito é usado como base análitica o capítulo "O Interior e o Exterior" do livro Complexidade e Contradição em Arquitetura, de Robert Venturi.

Orfanato de Amsterdã

Foto 01

O Orfanato de Amsterdã foi projetado pelo arquiteto Aldo Van Eyck entre os anos 1958 e 1960. O edifício é constituído basicamente de placas de concreto e vidro, uma planta livre que possui somente um pavimento, com diversos módulos retangulares a compor o seu interior (ver foto 02), o que remete a sua cobertura, feita de modulos ceramicos quadrados.

Foto 02

Em suas próprias palavras, Aldo Van Eyck descreve o seu projeto como uma configuração de espaços intermediários claramente definidos, tanto pela sua configuração interna, como a sua concepção externa, um ligamento claro entre exterior e interior porém, ao contrário do que se possa se concluir ao ser dito isto, a intenção do arquiteto não foi criar um espaço linear, onde cada lugar possui uma ligação direta com o resto do ambiente, ao contrário, essa linealidade sequer existe, o ligamento direto, vulgo da arquitetura moderna, possui um tendência de não existir neste projeto, pois ele possui uma serie de diferentes articulações entre os espaços, por exemplo: o transeunte não faz o simples percurso A-B, ele tem que interagir com o espaço, se ele está num espaço coberto, mas pretende chegar num outro local, ele tem que entrar e sair da edificação, sair dos corredores fechados e passar por um pátio descoberto (ver foto 03), para enfim chegar no seu destino.

Foto 03

Essa distinção é o que faz toda a diferença do projeto, apesar da ligação externa interna aparentar ser bastante direta, a diagramação da planta mostra o contrário, até mesmo a sua cobertura proporciona uma percepção diferente quando se está no interior do edifício, para exemplificar isto, basta olhar as fotos abaixo em comparação com a foto 01:

Foto 04

Foto 05

Numa primeira análise pode-se pensar que a cobertura do edifício é "sólida" como outra qualquer, mas a partir do momento em que são feitas aberturas zenitais nesta cobertura, a relação interior-exterior toma uma outra forma, e apartir disso são criadas formas de iluminações diferentes do que se pensava, somente no interior do edifício é que se pode perceber que a cobertura não é inteiramente "sólida", diferentes anbientaçoes sao criadas deste jeito, diferentes percepções, e o que exteriormente aparentava uma forma continua, direta, no seu interior é mostrado justamente o contrário, uma planta articulada com diferentes germinaçoes espaciais, espaços com um mesmo modelo retângular, mas de diferentes proporções, a relação exterior-interior não poderia ser mais constrastante.

Kiasma Museum

O projeto do Kiasma Museum foi fruto do arquiteto Steve Holl que participou de um concurso de design sediado para arquitetos dos países Nórdicos e Bálticos em 1992. Somente em 1996 é que sua construção é iniciada na capital da Finlândia, Helsinque, tendo suas portas abertas ao público em 1998.
Foto 01

Foto 02

Foto 03

O projeto do museu possui uma ligação entre a sua forma e o local em que ele está implantado, ele pode ser fragmentado em dois blocos revestidos basicamente de vidro e placas de alumínio retorcido em que, um destes blocos, possui uma forma retangular, remetendo a arquitetura presente no Finlândia Hall (ver fotos 04-05), enquanto o bloco curvilineo relembra a naturalidade formada pela Töölö Bay (ver foto 06).

Foto 04

Foto 05

Foto 06

Está relação, entre o exterior e o entorno, se torna ainda mais acentuada na escolha para os materiais que compõem sua superfície externa, materiais que formam um espelho, um reflexo da cidade, um dialogo direto entre a sua função, a de museu de arte contemporânea, e o seu formato. Tal dialogo se reflete no seu interior, mas nao da mesma forma, existe um reflexo, mas não do modo convencional, em vez de vidros e materiais refletores, são utilizados corredores, e rampas que fazem curvas, que sobem e descem, numa cor predominantemente branca, um reflexo da arte e arquitetura contemporânea (ver fotos 07-08, e vídeo 01). A ligação entre o exterior e o interior é clara, mas não direta.

Foto 07

Foto 08

Vídeo 01